Quando falamos em genealogia, estamos discorrendo sobre a origem e descendência de famílias ou tribos. O termo genealogia vem de duas palavras gregas: genos, que quer dizer “raça” ou “tribos”, e logos, que significa “discurso”. Esse tema era bem importante entre vários povos visto que suas sociedades eram organizadas segundo linhagens tribais.
LEIA: Dicas para ler o livro de Jó
Em relação aos hebreus, o povo de Deus no Antigo Testamento, o erudito R. N. Champlim, em seu Novo Dicionário Bíblico, salienta essa importância:
“Dentro da cultura dos hebreus, as genealogias preservavam as identificações tribais e as possessões sob forma de terras, sendo muito importantes para uma cultura nitidamente agrícola. […] Seus registros contêm genealogias que se estendem por um período de mais de três mil e quinhentos anos, desde a história da criação de Adão até o cativeiro de Judá (cativeiro babilônico). Além disso, na obra de Esdras-Neemias vemos a mesma preocupação, referente ao período após o cativeiro.” (R. N. Champlim, em Novo Dicionário Bíblico, verbete “genealogia”).
Outra utilidade da genealogia era que esta também servia para a preservar a pureza do sacerdócio dos filhos de Arão, muito importante, inclusive, no período pós-exílio. Além disso, devido à grande promessa messiânica por todo o AT de um rei e salvador vindo da descendência do patriarca Davi, a genealogia cumpria o importante papel adicional de demonstrar todo esse cumprimento através de seus registros. Evangelistas como Mateus e Lucas não perderam a oportunidade quando puderam lançar mão desse recurso como vemos nos textos abaixo:
“Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. Abraão gerou Isaque; Isaque gerou Jacó; Jacó gerou Judá e seus irmãos; Judá gerou, de Tamar, Farés e Zará; Farés gerou Esrom; Esrom gerou Arão; Arão gerou Aminadabe; Aminadabe gerou Nasom; Nasom gerou Salmom; Salmom gerou, de Raabe, Boaz; Boaz gerou, de Rute, Obede; Obede gerou Jessé; e Jessé gerou o rei Davi. Davi gerou, daquela que havia sido mulher de Urias, Salomão; Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão; Jorão gerou Ozias; Ozias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amom; Amom gerou Josias; Josias gerou Jeconias e seus irmãos, na época do exílio na Babilônia. Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; Zorobabel gerou Abiúde; Abiúde gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor; Azor gerou Sadoque; Sadoque gerou Aquim; Aquim gerou Eliúde; Eliúde gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó; Jacó gerou José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo. Assim, todas as gerações de Abraão até Davi foram catorze; de Davi até o exílio na Babilônia, catorze; e do exílio na Babilônia até o Cristo, catorze.” (Mateus 1:1-17)
“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem comprometida a casar-se com um homem chamado José, da descendência de Davi; o nome dela era Maria.” (Lucas 1:26-27)
Como podemos observar, a importância da genealogia na Bíblia não é só nos levar a compreender aspectos familiares e econômicos e suas relações entre os hebreus, mas sim ajudar a mapear a própria história do povo de Israel, além de demonstrar a legitimidade das promessas de Deus sobre a promessa do salvador e rei Jesus nesses registros.
Leia as genealogias!