A história de Jó possivelmente se passa no período dos patriarcas, visto que o próprio Jó funcionava como sacerdote da sua família (Jó 1:5), algo que o coloca em uma época bem anterior à lei de Moisés.
Quanto à autoria do livro, há várias hipóteses de quem foi o autor deste fantástico livro. O que de fato podemos falar a respeito do autor é que era um hebreu (embora a narrativa do livro se passe fora de Israel) conhecedor das escrituras hebraicas, conhecedor de constelações (9:9; 38:31), meteorologia (38:22-38), mineração (28:1-11), e fauna e flora (8:11-19; Caps. 39-41). Sem dúvida era alguém muito sábio e viajado.
O livro é uma luta brilhante com a questão do sofrimento do justo e a justiça divina, considerando, ao mesmo tempo, uma questão maior: "Onde se poderá achar a sabedoria?" O livro lembra ao povo de Deus que eles têm um inimigo que vai denunciá-los (Satanás); e, por meio da ignorância dos amigos de Jó, o livro ajuda os fiéis a se lembrarem em todo o tempo de que a sua visão do todo é apenas a percepção de um pequeno fragmento. Isso prepara os fiéis para confiarem em Deus e obedecerem a ele mesmo em meio às perplexidades da vida e os capacita a apoiarem e encorajarem uns aos outros.
Ênfases no Livro de Jó
Como o livro é muito profundo, é rico em temas a serem trabalhados, segue alguns temas importantes que vão se impondo ao longo do livro:
- A sabedoria é, em última análise, encontrada em Deus somente;
- A sabedoria humana não consegue, por si só, compreender os caminhos de Deus;
- O sofrimento imerecido não tem resposta fácil;
- Deus não é obrigado a explicar todas as coisas a seres humanos caídos;
- O temor do Senhor é o caminho para a verdadeira sabedoria.
Divisão do livro
- Capítulos 1 e 2 - Prólogo (Narrativa chave de todo o livro)
- Capítulos 4 a 27 - Três diálogos/disputas (Poema)
- Capítulo 28 - O discurso sobre “Onde se poderá achar a sabedoria?” (Poema)
- Capítulos 29 a 41 - Os três monólogos (Poema)
- Capítulo 42 - Epílogo (Narrativa)
Sobre os Discursos
Os discursos são a maior parte do livro, e estão apresentados em forma de poesia (versos). Devemos lembrar que os discursos de Jó, Elifaz, Bildade, Jofar, e Eliú ao longo do livro, não devem ser encarados como uma palavra definitiva da parte de Deus. Ao ler esses diálogos tenha em mente a sua medida de verdade, mas também de suas falsas suposições. Tenha em mente que Deus é apresentado como soberano no livro de Jó, então quando Deus fala, as outras vozes, ou discursos, silenciam.
Jó e a Grande História da Salvação
O livro de Jó, com qualquer escritura do Antigo Testamento, é capaz de nós oferecer caminhos até Jesus e o evangelho. Observe, por exemplo, como morte e a ressurreição de Jesus embora por hora não remova todo o sofrimento, nos dá um firme fundamento para termos um esperança parecida com a de Jó prenunciou, onde seu "Redentor vive" (Jó 19.25-27).