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Seis diretrizes iniciais para a compreensão da relação entre o cristão e a Lei do Antigo Testamento

1. A Lei do Antigo Testamento é uma aliança

A Lei do Antigo Testamento é uma aliança, um contrato entre Deus (suserano) e Israel (vassalo). Deus oferecia proteção e benefícios, enquanto Israel devia lealdade e obediência às estipulações da aliança. Essa estrutura pactual, com preâmbulo, prólogo, leis, testemunhas, sanções e revisão, era crucial para a relação e para entender a história bíblica e o papel dos profetas.

2. O Antigo Testamento não é nosso testamento

A antiga aliança (Antigo Testamento) feita com Israel no Sinai não é mais obrigatória para nós cristãos, a menos que suas leis sejam renovadas no Novo Testamento. Em Cristo, o relacionamento mudou, e Deus espera de nós uma demonstração de lealdade diferente, embora a lealdade em si permaneça essencial.

3. Dois tipos de estipulações da antiga aliança evidentemente não foram renovados na nova aliança

As leis do Antigo Testamento, não aplicáveis aos cristãos, dividem-se em dois tipos: civis (penalidades e vida social de Israel) e rituais (adoração e sacrifícios). O sacrifício de Jesus tornou as leis civis e rituais obsoletas para os cristãos. A nova aliança, em Cristo, cumpre o propósito da antiga, mantendo alguns princípios, como o amor, mas com novas estipulações.

4. Parte da antiga aliança é renovada na nova aliança

Parte da lei ética do Antigo Testamento é reafirmada no Novo Testamento, sendo aplicável aos cristãos por apoiar os dois mandamentos fundamentais da nova aliança: amar a Deus e ao próximo. Jesus renovou e ampliou a aplicação dessas leis em termos de amor.

5. A totalidade da Lei do Antigo Testamento ainda é a Palavra de Deus dirigida a nós, mesmo que já não continue sendo o mandamento de Deus para nós

Embora não sejamos obrigados a seguir toda a Lei do Antigo Testamento, ela permanece a Palavra de Deus para nós. Ela nos ensina sobre o caráter de Deus e como ele instruiu seu povo a viver, revelando o contexto da história da aliança anterior, essencial para entender nossa própria história.

6. Somente aquilo que é explicitamente renovado da Lei do Antigo Testamento pode ser considerado parte da “lei de Cristo” no Novo Testamento

Apenas as partes da Lei do Antigo Testamento explicitamente renovadas no Novo Testamento, como os Dez Mandamentos e os dois grandes mandamentos de amor a Deus e ao próximo, constituem a “lei de Cristo” para os cristãos. Outras leis são valiosas para conhecimento, mas não obrigatórias.