Teoloteca https://teoloteca.com.br Congregando a boa teologia! Sat, 03 May 2025 15:04:20 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.1 https://teoloteca.com.br/wp-content/uploads/2025/04/cropped-icon_teoloteca-32x32.jpg Teoloteca https://teoloteca.com.br 32 32 Por que precisamos Interpretar a Bíblia (e como fazer isso bem)? https://teoloteca.com.br/por-que-precisamos-interpretar-a-biblia-e-como-fazer-isso-bem/ Sat, 03 May 2025 13:53:09 +0000 https://teoloteca.com.br/?p=770 É comum ouvir a ideia de que, para entender a Bíblia, basta lê-la e fazer o que ela diz. Essa atitude, muitas vezes defendida com grande convicção, parece querer proteger o leigo contra o “especialismo” ou a “interpretação”. Afinal, argumenta-se, se a Bíblia é a Palavra de Deus, ela deveria ser clara para todos. No entanto, as próprias fontes que examinamos sugerem que a realidade é um pouco mais complexa e que a necessidade de interpretar a Bíblia é fundamental.

A ideia de que a Bíblia não precisa ser interpretada implica que ela é um livro de fácil compreensão, acessível a qualquer pessoa sem esforço. Porém, a experiência mostra que muitas coisas que lemos parecem obscuras, difíceis de entender ou mesmo contraditórias à primeira vista. O problema mais sério não é a falta de entendimento das pessoas, mas o fato de que muitas coisas “elas entendem bem demais”. Isto é, elas leem o texto e impõem a ele um significado que já trazem consigo, sem perceber que podem estar distorcendo a intenção original.

A Necessidade Intrínseca da Interpretação

A primeira razão pela qual precisamos aprender a interpretar é que, como leitores, todos já somos intérpretes. Ao lermos, tendemos a presumir que nosso entendimento é o mesmo que a intenção do autor humano ou do Espírito Santo. Invariavelmente, levamos para o texto toda a nossa bagagem: experiências, cultura, e entendimentos prévios de palavras e ideias. Essa bagagem pode, sem que percebamos, desvirtuar ou impor ideias estranhas ao texto.

Além da nossa própria subjetividade, a Bíblia é um conjunto de textos escritos em contextos históricos, culturais e linguísticos muito distantes dos nossos. Ela foi escrita em línguas antigas (hebraico, aramaico, grego) e reflete culturas com costumes, expressões e formas de pensamento diferentes dos nossos. Palavras e conceitos podem ter mudado de significado ao longo dos séculos ou terem nuances diferentes dependendo do contexto. Por exemplo, o significado da palavra “carne” em Romanos 13.14 não é o que entendemos no sentido físico hoje, mas se refere à “natureza pecaminosa” ou “inclinações naturais desordenadas”. A tradução, embora fundamental, é apenas um ponto de partida e já envolve interpretação por parte dos tradutores.

A Bíblia também se apresenta em diversas formas literárias (gêneros), como narrativa histórica, poesia, sabedoria, profecia, evangelhos, cartas, apocalipse, entre outros. Cada gênero tem suas próprias regras de comunicação. Interpretar um provérbio da mesma forma que se interpreta um texto legal ou uma passagem apocalíptica levará a mal-entendidos.

Finalmente, a Bíblia possui uma “natureza dupla”: é a Palavra de Deus, mas nos foi entregue através de palavras humanas, condicionada pelo idioma, pela época e pela cultura em que foi escrita. Essa “tensão” entre a relevância eterna e a particularidade histórica exige interpretação.

O Alvo da Boa Interpretação: O Significado Original

O alvo da boa interpretação não é a originalidade – descobrir algo que ninguém jamais viu. Em vez disso, o objetivo primordial é chegar ao “significado claro” do texto. Isso significa descobrir o que o autor humano, sob a inspiração divina, pretendia comunicar aos seus leitores originais. A interpretação correta consola a mente, enquanto a má interpretação pode irritar ou irritar o coração.Para alcançar esse “significado claro”, distinguimos duas tarefas principais na interpretação bíblica: Exegese e Hermenêutica

1. A Exegese:

Esta é a primeira tarefa e a mais fundamental. A exegese é o estudo cuidadoso e sistemático das Escrituras para descobrir o significado original, o significado pretendido. É essencialmente a tentativa de escutar o autor, descobrindo qual era a intenção original das palavras para os destinatários originais. Fazer exegese é perguntar: “O que disse?”. É um trabalho que exige atenção ao contexto histórico (quem escreveu, para quem, quando, em que circunstâncias culturais e geográficas) e ao contexto literário (as palavras usadas, a gramática, a estrutura das frases e do argumento, o gênero literário). Ferramentas como bons dicionários bíblicos, comentários exegéticos e, se possível, o conhecimento das línguas originais são valiosos nesse processo. A exegese nos ajuda a compreender a Bíblia de forma mais inteligente e a fazer perguntas certas ao texto.

2. A Hermenêutica:

Embora o termo seja usado de diversas formas, no sentido específico relacionado à exegese, a hermenêutica é a tarefa de determinar a relevância contemporânea do texto. Uma vez que descobrimos o significado original (“o que o autor disse?”), perguntamos: “O que isso significa para nós hoje?”. Esta tarefa, aplicar o significado original ao nosso contexto atual, é a hermenêutica. No entanto, é crucial entender que a hermenêutica eficaz depende de uma **exegese sólida**. Não podemos aplicar o texto corretamente se não entendemos o que ele realmente significou originalmente.

Evitando as Armadilhas da Má Interpretação

Muitas interpretações erradas surgem porque os leitores pulam a tarefa da exegese ou deixam que a hermenêutica (a aplicação ao “aqui e agora”) dite o significado original. Eles podem impor suas próprias ideias pré-concebidas ao texto, buscando “significados” que lhes agradam ou que apoiam suas próprias ideias favoritas. Isso pode levar a distorções sérias do texto bíblico, como demonstram as interpretações distorcidas usadas por seitas ou em teologias questionáveis como a da prosperidade.

O significado original do texto é o ponto objetivo de controle da interpretação. É aquilo que Deus realmente pretendeu comunicar pela primeira vez através das palavras humanas. Sem essa âncora na intenção original, a interpretação se torna puramente subjetiva, dependendo da perspectiva ou do desejo do intérprete, e pode levar a resultados errados ou danosos.

Conclusão

Entender a Bíblia vai muito além de uma leitura superficial. Exige humildade para reconhecer nossas próprias limitações e a necessidade de aprender. Requer um compromisso com a tarefa da interpretação, começando pela diligente exegese para descobrir o significado original do texto. Somente então estaremos bem posicionados para aplicar corretamente a verdade eterna da Palavra de Deus às nossas vidas hoje. A jornada da interpretação pode ser desafiadora, mas é essencial para que possamos ouvir verdadeiramente o que Deus nos comunicou através das Escrituras.

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Construindo Parapeitos – Deuteronômio 22:8 https://teoloteca.com.br/construindo-parapeitos/ Wed, 23 Apr 2025 16:15:48 +0000 https://teoloteca.com.br/?p=744

“Quando você construir uma casa nova, faça um parapeito ao redor do terraço, para que não caia sobre a sua casa a culpa de sangue inocente caso alguém caia do terraço.” (Deuteronômio 22:8)

Uma perspectiva que muitos cristãos modernos deixam passar despercebida é que a totalidade da Lei do Antigo Testamento ainda é a Palavra de Deus dirigida a nós, mesmo que já não continue sendo o mandamento literal de Deus para nós.

A Bíblia contém muitos tipos de mandamentos que Deus quer que conheçamos, que não são dirigidos pessoalmente a nós. Por exemplo, se não estamos preocupados em construir parapeitos ao redor do telhado de nossas casas (Dt 22.8), no entanto, devemos nos alegrar com um Deus que cuida para que nossos hóspedes não caiam do telhado (na época, geralmente uma laje plana) com o qual não estão familiarizados.

Nosso Deus assim nos ensina a construir “nossas casas” hoje com esse tipo de amor ao próximo em mente. Isso se ajusta ao nosso entendimento da Lei como parte da história de Israel, uma vez que não podemos reconhecer a relevância de nossa história sem conhecer bem como a Lei funcionava na história de Israel, a história da aliança anterior.

* Esse pequeno devocional foi inspirado em um trecho de “Entendes o que lês?”, de Gordon Fee

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Seis diretrizes iniciais para a compreensão da relação entre o cristão e a Lei do Antigo Testamento https://teoloteca.com.br/seis-diretrizes-antigo-testamento/ Tue, 22 Apr 2025 01:52:00 +0000 https://teoloteca.com.br/?p=757 1. A Lei do Antigo Testamento é uma aliança

A Lei do Antigo Testamento é uma aliança, um contrato entre Deus (suserano) e Israel (vassalo). Deus oferecia proteção e benefícios, enquanto Israel devia lealdade e obediência às estipulações da aliança. Essa estrutura pactual, com preâmbulo, prólogo, leis, testemunhas, sanções e revisão, era crucial para a relação e para entender a história bíblica e o papel dos profetas.

2. O Antigo Testamento não é nosso testamento

A antiga aliança (Antigo Testamento) feita com Israel no Sinai não é mais obrigatória para nós cristãos, a menos que suas leis sejam renovadas no Novo Testamento. Em Cristo, o relacionamento mudou, e Deus espera de nós uma demonstração de lealdade diferente, embora a lealdade em si permaneça essencial.

3. Dois tipos de estipulações da antiga aliança evidentemente não foram renovados na nova aliança

As leis do Antigo Testamento, não aplicáveis aos cristãos, dividem-se em dois tipos: civis (penalidades e vida social de Israel) e rituais (adoração e sacrifícios). O sacrifício de Jesus tornou as leis civis e rituais obsoletas para os cristãos. A nova aliança, em Cristo, cumpre o propósito da antiga, mantendo alguns princípios, como o amor, mas com novas estipulações.

4. Parte da antiga aliança é renovada na nova aliança

Parte da lei ética do Antigo Testamento é reafirmada no Novo Testamento, sendo aplicável aos cristãos por apoiar os dois mandamentos fundamentais da nova aliança: amar a Deus e ao próximo. Jesus renovou e ampliou a aplicação dessas leis em termos de amor.

5. A totalidade da Lei do Antigo Testamento ainda é a Palavra de Deus dirigida a nós, mesmo que já não continue sendo o mandamento de Deus para nós

Embora não sejamos obrigados a seguir toda a Lei do Antigo Testamento, ela permanece a Palavra de Deus para nós. Ela nos ensina sobre o caráter de Deus e como ele instruiu seu povo a viver, revelando o contexto da história da aliança anterior, essencial para entender nossa própria história.

6. Somente aquilo que é explicitamente renovado da Lei do Antigo Testamento pode ser considerado parte da “lei de Cristo” no Novo Testamento

Apenas as partes da Lei do Antigo Testamento explicitamente renovadas no Novo Testamento, como os Dez Mandamentos e os dois grandes mandamentos de amor a Deus e ao próximo, constituem a “lei de Cristo” para os cristãos. Outras leis são valiosas para conhecimento, mas não obrigatórias.

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A Páscoa nas duas grandes alianças da Bíblia https://teoloteca.com.br/a-pascoa-nas-duas-grandes-aliancas-da-biblia/ Fri, 18 Apr 2025 16:22:00 +0000 https://teoloteca.com.br/?p=748 Antiga Aliança

O calendário religioso de Israel, na antiga aliança, começou com a Páscoa, o dia reservado para comemorar a libertação do Egito. Ocorrendo na primavera, este dia singular era acompanhado pela celebração de uma semana conhecida como a Festa dos Pães Asmos, durante a qual todos os homens eram obrigados a fazer uma peregrinação ao santuário e oferecer as primícias da colheita de cevada.

“O Senhor disse a Moisés: Diga o seguinte aos israelitas: “Quando vocês entrarem na terra que dou a vocês e fizerem colheita, tragam ao sacerdote um feixe do primeiro cereal que colherem. O sacerdote erguerá o feixe diante do Senhor para que seja aceito em favor de vocês; ele o moverá no dia seguinte ao sábado. No dia em que moverem o feixe, vocês oferecerão um holocausto ao Senhor, um cordeiro de um ano e sem defeito. Apresentem também uma oferta de cereal de dois décimos de efa da melhor farinha amassada com azeite, oferta preparada no fogo para o Senhor, de aroma agradável, e uma oferta derramada de um quarto de him de vinho. Vocês não poderão comer pão algum, nem grãos torrados, nem cereal novo, até o dia em que trouxerem essa oferta ao Deus de vocês. Este é um estatuto perpétuo para as suas gerações, onde quer que morarem.” (Lv 23.9-14).

Israel observava a Páscoa com rituais que reencenavam a noite em que o Senhor poupou os israelitas no Egito. Um cordeiro era morto, e o seu sangue colocado nos batentes das portas das casas e no Altar de Bronze do santuário.

O cordeiro era assado e servido com pão asmo e ervas amargas, enquanto os participantes — vestidos com roupas de viagem — ouviam a releitura da história do êxodo. Eles não deveriam ter fermento em qualquer lugar entre eles, nem realizar trabalho no primeiro e último dias da festa e nem deixar de levar ofertas ao santuário.

O Senhor falou com Moisés no deserto do Sinai, no primeiro mês do segundo ano depois que o povo saiu do Egito. Ele disse: Os israelitas devem celebrar a Páscoa no tempo determinado. 3Celebrem‑na no tempo determinado, ao pôr do sol do décimo quarto dia deste mês, de acordo com todos os seus estatutos e ordenanças. Então, Moisés ordenou aos israelitas que celebrassem a Páscoa; 5eles a celebraram no deserto do Sinai ao pôr do sol do décimo quarto dia do primeiro mês. Os israelitas fizeram tudo conforme o Senhor tinha ordenado a Moisés. (Números 9.1-5)

Na tarde do décimo quarto dia do mês, enquanto estavam acampados em Gilgal, os israelitas celebraram a Páscoa nas planícies de Jericó. 11No dia seguinte ao da Páscoa, eles comeram pães sem fermento e grãos de trigo tostados, produtos daquela terra.” (Josué 5:10-11)

Nova Aliança

Já os cristãos primitivos, dentro do contexto da Nova Aliança em Cristo, associaram a morte de Jesus com a do cordeiro pascal, encorajados pelos comentários de Jesus na Última Ceia (descrita pelos Evangelhos Sinóticos como uma refeição pascal).

“Livrem‑se do fermento velho para que vocês sejam massa nova e sem fermento, como realmente são. Pois Cristo, o nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado. 8Por isso, celebremos a festa, nem com o fermento velho nem com o fermento da maldade e da perversidade, mas com os pães sem fermento, os pães da sinceridade e da verdade.” (1 Coríntios 5:7-8)

“No primeiro dia da Festa dos Pães sem Fermento, os discípulos dirigiram‑se a Jesus e lhe perguntaram: ― Onde queres que preparemos a refeição da Páscoa para comeres? Ele respondeu: ― Entrem na cidade, procurem certo homem e digam‑lhe: “O Mestre diz: ‘O meu tempo está próximo. Vou celebrar a Páscoa com os meus discípulos na sua casa’ ”. Os discípulos fizeram como Jesus os havia instruído e prepararam a Páscoa. Ao anoitecer, Jesus estava reclinado à mesa com os Doze. Enquanto comiam, ele disse: ― Em verdade lhes digo que um de vocês me trairá. Eles ficaram muito tristes e começaram a dizer‑lhe, um após outro: ― Com certeza, não sou eu, Senhor! Jesus afirmou: ― Aquele que comeu comigo do mesmo prato há de me trair. O Filho do homem irá, como está escrito a seu respeito, mas ai daquele por quem o Filho do homem é traído! Melhor seria que não houvesse nascido. Então, Judas, que o trairia, disse: ― Com certeza, não sou eu, Rabi! Jesus afirmou: ― Foi você quem disse isso. Enquanto comiam, Jesus pegou o pão, deu graças, partiu‑o e o deu aos discípulos, dizendo: ― Peguem e comam; isto é o meu corpo. Em seguida, pegou o cálice, deu graças e o ofereceu aos discípulos, dizendo: ― Bebam dele todos vocês. Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos para perdão de pecados. Eu lhes digo que, de agora em diante, não beberei deste fruto da videira até aquele dia em que beberei o vinho novo com vocês no reino do meu Pai. Depois de terem cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.” (Mateus 26.17-30)

Claramente vemos que Jesus quis enfatizar que, assim como a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos lembravam o povo de Deus da sua libertação (Êxodo) e provisão, os seus seguidores encontrariam nEle verdadeira liberdade (o novo Êxodo) e plena provisão.

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O que é Exegese Bíblica? https://teoloteca.com.br/o-que-e-exegese-biblica/ Tue, 15 Apr 2025 16:48:00 +0000 https://teoloteca.com.br/?p=752 Exegese é o termo técnico para a análise cuidadosa que se faz de um texto. Essa expressão vem do verbo grego exēgeisthai, que significa “conduzir para fora”.

Especificamente em relação à interpretação da Bíblia, exegese pode ser definida como uma cuidadosa análise histórica, literária e teológica de um texto, com o objetivo de descobrir o propósito do escritor bíblico ao escrever seu texto (sua “intenção autoral”) ou, no mínimo, obter uma compreensão possível e coerente do texto em seus próprios termos e contexto.

Como você pode notar, exegese é uma investigação. É um processo de fazer perguntas ao texto, tais como:

“O que está acontecendo aqui?”

“Que situação parece ter sido a ocasião para a redação desse texto?”

“Que tipo de literatura é esse texto, e quais são seus objetivos literários?”

“Que grande questão teológica ou tema estão envolvidos nesse texto e o que ele requer que os leitores façam?”

“Por que esse texto parece contradizer aquele outro?”, entre outras perguntas.

A exegese também pode ser definida como um diálogo. É um diálogo sobre textos e seus contextos, sobre palavras sagradas e suas reivindicações, que pressupõe ouvir os outros, mesmo aqueles de quem discordamos.

A exegese pode ser reconhecida como uma arte. Com certeza, há certos princípios e passos a seguir, mas saber o que perguntar ao texto, o que refletir e o que dizer sobre ele jamais pode ser realizado com total certeza ou feito apenas com o método. A tarefa da exegese requer, portanto, enorme energia intelectual e também espiritual.

Assim, a exegese é investigação, diálogo e arte que visa nos conduzir o processo inicial de interpretação bíblica, que é encontrar o sentido do texto, para que possamos ser conduzidos a uma boa interpretação, e consequentemente a uma boa aplicação da Palavra de Deus, sempre dependendo da ajuda do Espírito Santo em todo o processo.

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Sim, aproveite cada minuto (Salmos 90:12) https://teoloteca.com.br/sim-aproveite-cada-minuto/ Sun, 12 Jan 2025 02:50:00 +0000 https://teoloteca.com.br/?p=625

“Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria.” (Salmos 90:12)

O salmo 90 é um registro público e musical de uma oração de lamento e contrição, mas que começa com uma grande exaltação à Deus e sua soberania. Destaca como Deus é eterno, e nós somos tão passageiros. E nos lembra ainda como Deus é tão santo, e como somos tão pecadores (o que torna as coisas desta nossa vida tão difíceis).

É neste contexto que Moisés pede para que Deus o ensine a “contar os nossos dias”. Se Moisés vivesse no século XXI ele certamente postaria mas redes sociais que você aproveitasse cada minuto — sim, porque a vida é curta — para ter um CORAÇÃO SÁBIO.

A mensagem do evangelho de Jesus, pregado por Paulo aos Efésios teve um componente semelhante à oração de Moisés, quando diz: “Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios, aproveitando ao máximo cada oportunidade, porque os dias são maus. Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor.” (Efésios 5:15-17)

Mais uma vez, aproveitar cada minuto — sim, porque a vida é curta — é sempre aproveitar a oportunidade de saber qual é a vontade do Senhor (ou seja, ter um CORAÇÃO SÁBIO).

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A prioridade da Sabedoria (Pv. 1:28-31) https://teoloteca.com.br/a-prioridade-da-sabedoria/ Fri, 10 Jan 2025 02:30:00 +0000 https://teoloteca.com.br/?p=622

“Então, vocês me chamarão, mas eu não responderei; procurarão por mim, mas não me encontrarão. Visto que desprezaram o conhecimento e não escolheram temer ao Senhor, não quiseram aceitar o meu conselho e fizeram pouco caso de toda a minha repreensão, comerão do fruto dos seus caminhos e se fartarão das suas próprias maquinações. (Pv. 1:28-31)

No contexto do capítulo, a sabedoria (como personificada) faz um convite para que ela seja buscada, ao mesmo tempo que diz que muitos a rejeitam. A passagem que lemos é uma alerta da sabedoria quanto a negligencia de não buscá-la no tempo apropriado: “não me encontrarão!”

O texto ensina que na nossa vida a sabedoria de Deus deve ser prioridade a ser buscada antes de ter que usá-la. Ela é preventiva, é uma base de segurança, e não um socorro emergencial. O texto nos lembra que sem a sabedoria de Deus ficamos a mercê da inconstância do nosso coração.

Assim como no texto, a sabedoria assumiria uma forma personificada, Jesus, o Deus encarnado, aquele que recebe do Pai a sabedoria plena. Então ouvir e praticar o evangelho que Jesus pregou é dar ouvidos e priorizar a sabedoria de Deus em nossas vidas. 

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Mesa-redonda (Isaías 1:17-20) https://teoloteca.com.br/mesa-redonda/ Wed, 11 Sep 2024 02:26:00 +0000 https://teoloteca.com.br/?p=619

“Lavem-se e purifiquem-se! Tirem da minha presença a maldade dos seus atos; parem de fazer o mal! Aprendam a fazer o bem; busquem a justiça, repreendam o opressor; garantam o direito dos órfãos, defendam a causa das viúvas. ”O SENHOR diz: “Venham, pois, e vamos discutir a questão. Ainda que os pecados de vocês sejam como o escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, eles se tornarão como a lã. Se estiverem dispostos e me ouvirem, vocês comerão o melhor desta terra. Mas, se recusarem e forem rebeldes, vocês serão devorados pela espada; porque a boca do SENHOR o disse.” (Isaías 1:16-20 NAA)

Explicação do Texto

Nos versículos anteriores, o profeta Isaías denuncia toda a infidelidade de Judá e Jerusalém: sua rebeldia, falta de entendimento,  rejeição ao Senhor, prática do mal, e de como estão enfermos espiritualmente (1-9). Há uma grande denuncia também à respeito do culto (10-15), que não é mais aceito.

Na presente passagem (16-20) em questão, olhamos um quadro diferente e oportuno. As acusações dão lugar a uma grande conselho que visa resolver o problema dos pecados, e consequentemente a preservação na terra: a purificação (lavagem).

Aplicação do Texto

Assim como Deus lidou com os pecados de Judá e Jerusalém, Deus nos chama para uma purificação, uma limpeza restauradora, que inclui: deixar a maldade; fazer o bem; buscar a justiça; se envolver em boas obras. Estamos diante de um Deus santo e puro, então, devemos ser como Ele é.

“Vamos refletir ou discutir a questão” (v.18) reflete que Deus está junto conosco, em um tipo de mesa-redonda, onde Deus é o grande organizador e orientador.

Ouvir ou não ouvir: para o israelita, o ato “ouvir” era mais que apenas escutar algo ou um discurso (ver Dt. 6), e sim por em prática.

Como o texto me conduz à Jesus e ao evangelho?

A mensagem do evangelho é que Deus fez algo em nosso favor, por meio de Jesus, ainda quando estávamos com os pecados “da cor de escarlate e carmesim” — notem o contraste com o branco da neve ou lã.

Deus está hoje nos chamando para “discutir a questão” por meio do evangelho de Jesus. Esse é o fator decisivo para o arrependimento e a remissão de nossos pecados.

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Onde estás? – Dwight L. Moody https://teoloteca.com.br/onde-estas-dwight-l-moody/ Thu, 29 Aug 2024 02:11:00 +0000 https://teoloteca.com.br/?p=616 A primeira coisa que aconteceu depois que a notícia da queda do homem chegou ao céu foi que Deus desceu direto para procurar o perdido. Enquanto Ele caminha pelo jardim no frescor do dia, você pode ouvi-Lo chamando: “Adão! Adão! Onde estás?” Era a voz da graça, da misericórdia e do amor. Adão deveria ter tomado o lugar do buscador, pois ele era o transgressor. Ele havia caído e deveria ter subido e descido o Éden gritando: “Meu Deus! Meu Deus! Onde estás?” Mas Deus deixou o céu para procurar no mundo escuro o rebelde que havia caído — não para expulsá-lo da face da terra, mas para planejar uma fuga para ele da miséria de seu pecado. E ele o encontra — onde? Escondido de seu Criador entre os arbustos do jardim.

No momento em que um homem está fora de comunhão com Deus, mesmo o filho professo de Deus, ele quer se esconder Dele. Quando Deus deixou Adão no jardim, ele estava em comunhão com seu Criador, e Deus falou com ele; mas agora que ele caiu, ele não tem desejo de ver seu Criador, ele perdeu a comunhão com seu Deus. Ele não suporta vê-Lo, nem mesmo pensar Nele, e corre para se esconder de Deus. Mas para seu esconderijo seu Criador o segue. “Onde estás, Adão? Onde estás?”

Seis mil anos se passaram, e este texto veio rolando através das eras. Duvido que tenha havido algum dos filhos de Adão que não tenha ouvido isso em algum período ou outro de sua vida — às vezes na meia-noite que o acometia — “Onde estou? Quem sou eu? Para onde vou? E qual será o fim disto?” Acho que é bom para um homem parar e se fazer esta pergunta. Eu gostaria que você perguntasse, garotinho; e você, garotinha; e você, velho com cabelos ficando grisalhos, e olhos ficando turvos, e força natural diminuindo, você que logo estará em outro mundo. Eu não pergunto onde você está aos olhos de seus vizinhos; eu não pergunto onde você está aos olhos de seus amigos; eu não pergunto onde você está aos olhos da comunidade em que vive. É de muito pouca importância onde estamos aos olhos uns dos outros, é de muito pouca importância o que os homens pensam de nós; mas é de grande importância o que Deus pensa de nós — é de grande importância saber onde os homens estão aos olhos de Deus; e essa é a questão agora. Estou em comunhão com meu Criador ou fora de comunhão? Se estou fora de comunhão, não há paz, nem alegria, nem felicidade. Nenhum homem na face da terra, que estava fora de comunhão com seu Criador, jamais soube o que é paz, alegria, felicidade e verdadeiro conforto. Ele é um estrangeiro para isso. Mas quando estamos em comunhão com Deus, há luz em todo o nosso caminho. Então, perguntem a si mesmos esta questão. Não pensem que estou pregando para seus vizinhos, mas lembrem-se de que estou tentando falar com vocês, com cada um de vocês como se estivessem sozinhos. Foi a primeira pergunta feita ao homem após sua queda, e era um público muito pequeno que Deus tinha — Adão e sua esposa. Mas Deus era o pregador; e embora eles tentassem se esconder, as palavras chegaram até eles. Deixem que cheguem até vocês agora. Você pode pensar que sua vida está escondida, que Deus não sabe nada sobre você. Mas ele conhece nossas vidas muito melhor do que nós; e Seu olhar está voltado para nós desde a nossa mais tenra infância até agora.

“Onde estás?” Eu gostaria de dividir meu público em três classes — os cristãos professos, os apóstatas e os ímpios.

Primeiro, eu gostaria de fazer esta pergunta aos professores, ou melhor, deixar que Deus a faça: Onde você está? Qual é a minha posição na igreja e no meu círculo de conhecidos? Meus amigos sabem que estou, completamente, do lado do Senhor? Você pode ter sido um cristão professo por vinte anos, talvez trinta, talvez quarenta anos. Bem, onde você está esta noite? Você está progredindo em direção ao céu? E você pode dar uma razão para a esperança que está dentro de você? Suponha que eu pedisse àqueles que são realmente cristãos aqui para se levantarem, você teria vergonha de se levantar? Suponha que eu perguntasse a cada filho professo de Deus aqui: “Se você fosse cortado pela mão da morte, você tem boas razões para acreditar que seria salvo?” Você estaria disposto a se levantar diante de Deus e do homem e dizer que tem boas razões para acreditar que passou da morte para a vida? Ou você teria vergonha? Repasse sua mente pelos últimos anos: seria consistente para você dizer: “Eu sou um cristão”; e sua vida corresponderia à sua profissão? Não é tanto o que dizemos, mas como vivemos. Ações falam mais alto que palavras. Seus colegas de loja sabem que você é um cristão? Sua família sabe? Eles sabem que você está totalmente do lado do Senhor? Que todo cristão professo pergunte: Onde estou aos olhos de Deus? Meu coração é leal ao Rei do céu? Minha vida aqui é como deveria ser na comunidade em que vivo? Sou uma luz neste mundo escuro? Cristo diz: “Vós sois minhas testemunhas”. Cristo era a Luz do mundo, e o mundo não teria a verdadeira Luz; o mundo se levantou e apagou a Luz, e agora Cristo diz: “Eu os deixo aqui para testificar de Mim; Eu os deixo aqui como Minhas testemunhas”. Foi isso que o apóstolo quis dizer quando disse que os cristãos devem ser epístolas vivas, conhecidas e lidas por todos os homens. Então, estou defendendo Jesus como deveria neste mundo escuro? Se um homem é por Deus, que ele diga isso. Se um homem é por Deus, que ele saia e esteja do lado de Deus; e se ele é para o mundo, que ele esteja no mundo. Este servir a Deus e ao mundo ao mesmo tempo — este estar em ambos os lados ao mesmo tempo — é apenas a maldição do cristianismo no momento presente. Ele retarda o progresso do cristianismo mais do que qualquer outra coisa. “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz diariamente, e siga-me.”

Ouvi falar de muitas pessoas que pensam que se estiverem unidas à igreja e fizerem uma profissão de fé, isso servirá para o resto de seus dias. Mas há uma cruz para cada um de nós diariamente. Oh, filho de Deus, onde você está? Se Deus aparecesse a você esta noite em seu quarto e fizesse a pergunta, qual seria sua resposta? Você poderia dizer: “Senhor, estou servindo a Ti com todo meu coração e força; estou aprimorando meus talentos e me preparando para o reino que virá?” Quando eu estava na Inglaterra em 1867, havia um comerciante que veio de Dublin e estava conversando com um homem de negócios em Londres; e quando por acaso olhei para dentro, ele me apresentou ao homem de Dublin. Aludindo a mim, o último disse ao primeiro: “Este jovem é todo OO?” Disse o homem de Londres: “O que você quer dizer com OO?” Respondeu o homem de Dublin: “Ele é totalmente por Cristo?” Eu lhe digo que isso queimou em minha alma. Significa muito ser OO por Cristo; mas é isso que todos os cristãos deveriam ser, e sua influência seria sentida no mundo muito em breve, se os homens que estão do lado do Senhor saíssem e tomassem posição, e levantassem suas vozes na estação e fora de estação. Como eu disse, há muitos na igreja que fazem uma profissão, e isso é tudo o que você ouve sobre eles; e quando eles morrem, você tem que ir e caçar alguns registros antigos e mofados da igreja para saber se eles eram cristãos ou não. Deus não fará isso. Tenho a ideia de que quando Daniel morreu, todos os homens na Babilônia sabiam a quem ele servia. Não havia necessidade de eles caçarem livros antigos. Sua vida contou sua história. O que queremos são homens com um pouco de coragem para defender Cristo. Quando o cristianismo acordar, e cada filho que pertence ao Senhor estiver disposto a falar por Ele, estiver disposto a trabalhar por Ele e, se necessário, disposto a morrer por Ele, então o cristianismo avançará, e veremos a obra do Senhor prosperar. Há uma coisa que temo mais do que qualquer outra coisa, e é o formalismo morto e frio da Igreja de Deus. Fale sobre os ismos! Coloque todos eles juntos, e eu não os temo tanto quanto o formalismo morto e frio. Fale sobre os falsos ismos! Não há nada tão perigoso quanto esse formalismo morto e frio, que chegou bem no coração da Igreja. Há tantos de nós apenas dormindo e cochilando enquanto almas ao redor estão perecendo. Acredito honestamente que nós, cristãos professos, estamos todos meio adormecidos. Alguns de nós estamos começando a esfregar os olhos e a deixá-los meio abertos, mas como um todo estamos dormindo.

Havia uma pequena história circulando na imprensa americana que causou uma grande impressão em mim como pai. Um pai levou seu filho pequeno para o campo em um sábado e, sendo um dia quente, ele se deitou sob uma bela árvore frondosa. A criança correu por aí colhendo flores silvestres e pequenas folhas de grama, e chegando até seu pai e dizendo: “Lindo! Lindo!” Por fim, o pai adormeceu e, enquanto dormia, a criança se afastou. Quando acordou, seu primeiro pensamento foi: “Onde está meu filho?” Ele olhou ao redor, mas não conseguiu vê-lo. Ele gritou a plenos pulmões, mas tudo o que ouviu foi o eco de sua própria voz. Correndo para uma pequena colina, olhou ao redor e gritou novamente. Nenhuma resposta! Então, indo para um precipício a alguma distância, olhou para baixo e lá, sobre as rochas e espinhos, viu a forma mutilada de seu amado filho. Ele correu para o local, pegou o cadáver sem vida e o abraçou contra o peito, e acusou a si mesmo de ser o assassino de seu filho. Enquanto ele dormia, seu filho havia vagado pelo precipício. Pensei enquanto ouvia isso, que imagem da igreja de Deus!

Quantos pais e mães, quantos homens cristãos, estão dormindo agora enquanto seus filhos vagam pelo terrível precipício direto para o poço sem fundo do inferno. Pai, onde está seu filho esta noite? Pode estar lá fora em alguma casa pública; pode estar cambaleando pelas ruas; pode estar avançando para o túmulo de um bêbado. Mãe, onde está seu filho? Ele está na casa do publicano bebendo sua alma — tudo o que é querido e sagrado para ele? Você sabe onde seu filho está? Pai, você é um cristão professo há quarenta anos; onde estão seus filhos esta noite? Você viveu tão piedosamente e tão semelhante a Cristo, que pode dizer: Siga-me como eu segui a Cristo? Essas crianças estão andando em sabedoria; elas estão a caminho da glória; elas foram reunidas no rebanho de Cristo; seus nomes estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro? Quantos pais e mães hoje seriam capazes de responder? Você já parou para pensar que você era o culpado; que você não tinha sido fiel aos seus filhos? Pode ter certeza, enquanto a igreja estiver vivendo tanto como o mundo, não podemos esperar que nossos filhos sejam trazidos para o rebanho. Vem, ó Senhor, e desperta cada mãe, e que cada um de nós que somos pais sinta o valor das almas dos filhos que Deus nos deu. Que eles nunca levem nossos cabelos grisalhos com tristeza para o túmulo, mas que eles se tornem uma bênção para a igreja e para o mundo. Não muito tempo atrás, a única filha de um amigo meu rico adoeceu e morreu. O pai e a mãe estavam ao lado de seu leito de morte. Ele havia passado todo o seu tempo acumulando riqueza para ela; ela havia sido introduzida na sociedade alegre e elegante; mas ela não havia aprendido nada sobre Cristo. Quando ela chegou à beira do rio da morte, ela disse: “Você não vai me ajudar? Está muito escuro, e o riacho é muito frio.” Eles torceram as mãos em tristeza, mas não puderam fazer nada por ela; e a pobre garota morreu na escuridão e no desespero. O que era sua riqueza para eles? E, no entanto, vocês, mães e pais, estão fazendo a mesma coisa em Londres hoje, ignorando o trabalho que Deus lhes deu para fazer. Eu imploro a vocês, então, cada um de vocês, comece a trabalhar agora pelas almas de seus filhos!

Um jovem, há algum tempo, estava morrendo, e sua mãe pensou que ele era um cristão. Um dia, passando pela porta do seu quarto, ela o ouviu dizer: “Perdido! Perdido! Perdido!” A mãe correu para o quarto e gritou: “Meu filho, é possível que você tenha perdido sua esperança em Cristo, agora que está morrendo?” “Não, mãe, não é isso; eu tenho uma esperança além do túmulo, mas perdi minha vida. Vivi vinte e quatro anos e não fiz nada pelo Filho de Deus, e agora estou morrendo. Minha vida foi gasta para mim mesmo; vivi para este mundo, e agora, enquanto estou morrendo, me entreguei a Cristo; mas minha vida está perdida.” Não seria dito de muitos de nós, se fôssemos cortados, que nossas vidas foram quase um fracasso — talvez um fracasso total no que diz respeito a levar qualquer outra pessoa a Cristo? Jovem! Você está trabalhando para o Filho de Deus? Você está tentando ganhar alguma alma para Cristo? Você tentou fazer com que algum amigo ou companheiro tivesse seu nome escrito no livro da vida? Ou você diria: “Perdido, perdido! Longos anos se passaram desde que me tornei um filho de Deus, e nunca tive o privilégio de levar uma alma a Cristo?” Se há um filho professo de Deus que nunca teve a alegria de levar uma alma sequer ao reino de Deus, oh! que comece imediatamente. Não há maior privilégio na terra. E eu acredito, meus amigos, que nunca houve um tempo, em nossos dias, pelo menos, em que o trabalho para Cristo fosse mais necessário do que no presente. Não acredito que já tenha havido em seus dias ou nos meus um tempo em que o Espírito de Deus foi mais derramado sobre o mundo. Não há uma parte da cristandade onde o trabalho não esteja sendo realizado; e parece muito que as boas novas iriam apenas tomar, por assim dizer, um novo começo e dar a volta ao globo. Não é hora de a Igreja de Deus acordar e vir em auxílio do Senhor como um homem, e se esforçar para repelir aquelas ondas escuras de morte que rolam por nossas ruas, carregando em seu seio o que há de mais nobre e melhor que temos? Oh, que Deus acorde a Igreja! E que possamos aparar nossas luzes, e ir adiante e trabalhar pelo reino de Seu Filho.

Agora, em segundo lugar, deixe-me falar um pouco com aqueles que voltaram para o mundo — para o Apóstata. Pode ser que você tenha chegado a alguma grande cidade alguns anos atrás como um cristão professo. Você foi membro de uma igreja uma vez, e um professor na Escola Sabatina, talvez; mas quando você chegou entre estranhos, você pensou que apenas esperaria um pouco — talvez fizesse uma aula de vez em quando. Então você desistiu de ensinar na Escola Dominical; você desistiu de todo trabalho para Cristo. Então, em sua nova igreja, você não recebeu a atenção ou as calorosas boas-vindas que esperava. e você adquiriu o hábito de ficar longe. Você foi tão longe agora, que você é encontrado no teatro, talvez, e o companheiro de blasfemadores e bêbados. Talvez eu esteja falando agora com alguém que esteve longe da casa de seu pai por muitos anos. Vamos, agora, apóstata, diga-me, você está feliz? Você teve uma hora feliz desde que deixou Cristo? O mundo o satisfaz, ou aquelas cascas que você tem no país distante? Eu viajei muito, mas nunca encontrei um apóstata feliz na minha vida. Nunca conheci um homem que realmente nasceu de Deus que pudesse encontrar o mundo satisfazê-lo depois. Você acha que o Filho Pródigo estava satisfeito naquele país estrangeiro? Pergunte aos pródigos nesta cidade se eles são realmente felizes. Você sabe que não são. “Não há paz, diz meu Deus aos ímpios.” Não há alegria para o homem em rebelião contra seu Criador. Supondo que ele tenha provado o dom celestial, e estado em comunhão com Deus, e tido doce comunhão com o Rei do Céu, e tido horas agradáveis ​​de serviço para o Mestre, mas tenha se desviado, é possível que ele possa ser feliz? Se for, é uma boa evidência de que ele nunca foi realmente convertido. Se um homem nasceu de novo e recebeu a natureza celestial, este mundo nunca pode satisfazer os desejos de sua natureza. Oh, apóstata, tenho pena de você! Mas quero lhe dizer que o Senhor Jesus tem pena de você muito mais do que qualquer outra pessoa. Ele sabe quão amarga é sua vida; Ele sabe quão escura é sua vida; Ele quer que você volte para casa. Oh, apóstata, volte para casa esta noite! Tenho uma mensagem amorosa do seu Pai. O Senhor quer você e o chama de volta esta noite. Volte para casa, ó andarilho, esta noite; volte das montanhas escuras do pecado.” Volte, e seu Pai lhe dará uma recepção calorosa. Eu sei que o diabo lhe disse que Deus não quer nada com você, porque você se desviou. Se isso for verdade, haveria muito poucos homens no céu. Davi se desviou; Abraão e Jacó se afastaram de Deus; Eu não acredito que haja um santo no céu, mas em algum momento de sua vida com seu coração se desviou de Deus. Talvez não em sua vida, mas em seu coração. O coração do filho pródigo foi para o país distante antes que seu corpo chegasse lá. Apóstata! esta noite, volte para casa. Seu Pai não quer que você fique longe. Você acha que o pai do filho pródigo não estava ansioso para que ele voltasse para casa todos aqueles longos anos em que ele esteve lá? Todo ano o pai estava esperando e ansiando por seu retorno para casa. Então Deus quer que você volte para casa. Não importa o quão longe você tenha se afastado; o grande Pastor o receberá de volta ao rebanho esta noite. Você já ouviu falar de um apóstata voltando para casa, e Deus não querendo recebê-lo? Ouvi falar de pais e mães terrenos não querendo receber de volta seus filhos; mas desafio qualquer homem a dizer que ele já conheceu um apóstata realmente honesto que queria voltar para casa, mas Deus estava disposto a acolhê-lo.

Alguns anos atrás, antes de qualquer ferrovia chegar a Chicago, eles costumavam trazer os grãos das pradarias ocidentais em vagões por centenas de milhas, para que fossem enviados pelos lagos. Havia um pai que tinha uma grande fazenda lá, e que costumava pregar o evangelho, bem como cuidar de sua fazenda. Um dia, quando os negócios da igreja o ocuparam, ele enviou seu filho para Chicago com grãos. Ele esperou e esperou que seu filho retornasse, mas ele não voltou para casa. Por fim, ele não pôde mais esperar, então selou seu cavalo e cavalgou até o lugar onde seu filho havia vendido os grãos. Ele descobriu que tinha estado lá e conseguido o dinheiro pelos grãos; então ele começou a temer que seu filho tivesse sido assassinado e roubado. Por fim, com a ajuda de um detetive, eles o rastrearam até uma casa de jogos de azar, onde descobriram que ele havia jogado todo o seu dinheiro fora. Na esperança de ganhá-lo de volta, ele vendeu a equipe e perdeu esse dinheiro também. Ele caiu nas mãos de ladrões e, como o homem que estava indo para Jericó, eles o despiram e não se importaram mais com ele. O que ele poderia fazer? Ele tinha vergonha de ir para casa para encontrar seu pai e fugiu. O pai sabia o que tudo isso significava. Ele sabia que o garoto achava que ficaria muito bravo com ele. Ele ficou triste ao pensar que seu garoto deveria ter tais sentimentos em relação a ele. Isso é exatamente como o pecador. Ele acha que, por ter pecado, Deus não terá nada a ver com ele. Mas o que aquele pai fez? Ele disse: “Deixe o garoto ir?” Não, ele foi atrás dele. Ele organizou seus negócios e começou a perseguir o garoto. Aquele homem foi de cidade em cidade, de cidade em cidade. Ele faria com que os ministros o deixassem pregar e, no final, contaria sua história. “Tenho um garoto que é um andarilho na face da terra em algum lugar.” Ele descreveria seu garoto e diria: “Se você ouvir falar dele ou vê-lo, não me escreverá?” Por fim, ele descobriu que tinha ido para a Califórnia, a milhares de quilômetros de distância. Aquele pai disse “Deixe-o ir?” Não; ele foi para a costa do Pacífico, procurando o garoto. Ele foi para São Francisco e anunciou nos jornais que pregaria em tal igreja em tal dia. Quando ele pregou, ele contou sua história, na esperança de que o garoto pudesse ter visto o anúncio e vindo para a igreja. Quando ele terminou, lá embaixo da galeria havia um jovem que esperou até que a audiência tivesse ido embora; então ele foi em direção ao púlpito. O pai olhou e viu que era aquele garoto, e ele correu até ele e o apertou contra seu peito. O garoto queria confessar o que tinha feito, mas nenhuma palavra o pai ouviu. Ele o perdoou livremente e o levou para sua casa mais uma vez.

Oh, pródigo, você pode estar vagando nas montanhas escuras do pecado, mas Deus quer que você volte para casa. O diabo tem lhe contado mentiras sobre Deus; você acha que ele não o receberá de volta. Eu lhe digo, Ele lhe dará as boas-vindas neste minuto se você vier. Diga: “Eu me levantarei e irei para meu Pai.” Que Deus o incline a dar este passo. Não há ninguém a quem Jesus não tenha buscado por muito mais tempo do que aquele pai. Não houve um dia desde que você O deixou, sem que ele o tenha seguido. Não importa o que o passado tenha sido, ou quão negra seja sua vida, Ele o receberá de volta. Levante-se então, ó apóstata, e volte para casa mais uma vez, para a casa de seu Pai.

Não muito tempo atrás, em Edimburgo, uma senhora que era uma trabalhadora cristã fervorosa, encontrou uma jovem cujos pés haviam se apegado ao inferno e que estava avançando em direção ao túmulo de uma prostituta. A senhora implorou que ela voltasse para sua casa, mas ela disse que não, seus pais nunca a receberiam. Esta mulher cristã sabia o que era o coração de uma mãe; então ela se sentou e escreveu uma carta para a mãe, contando como ela havia conhecido sua filha, que estava arrependida e queria voltar. O próximo correio trouxe uma resposta, e no envelope estava escrito: “Imediatamente — imediatamente!” Esse era o coração de uma mãe. Elas abriram a carta. Sim, ela foi perdoada. Elas a queriam de volta, e enviaram dinheiro para que ela viesse imediatamente. Pecadora, essa é a proclamação: “Venha imediatamente”. É isso que o grande e amoroso Deus está dizendo a todo pecador errante — imediatamente. Sim, apóstata, volte para casa esta noite. Ele lhe dará uma recepção calorosa, e haverá alegria no céu pelo seu retorno. Venha agora, pois tudo está pronto.

Um amigo meu me disse há algum tempo: Você já percebeu o que o filho pródigo perdeu ao ir para aquele país? Ele perdeu sua comida. É isso que todo pobre apóstata perde. Eles não recebem maná do céu. A Bíblia é um livro fechado para eles; eles não veem beleza na Palavra de Deus.

Então o filho pródigo perdeu seu trabalho. Ele era judeu, e eles o fizeram cuidar de porcos; isso era tudo perda para um judeu. Então, todo apóstata perde seu trabalho. Ele não pode fazer nada para Deus; ele não pode trabalhar pela eternidade. Ele é uma pedra de tropeço para o mundo. Meu amigo, não deixe o mundo tropeçar em você para o inferno.

O filho pródigo também perdeu seu testemunho. Quem acreditou nele? Posso imaginar que alguns desses homens vieram, nativos daquele país, e viram esse pobre filho pródigo em seus trapos, descalço e com a cabeça descoberta. Lá ele está entre os porcos e alguém diz a outro: “Olhe para aquele pobre coitado”. “O que”, ele diz, “você me chama de pobre coitado? Meu pai é um homem rico; ele tem mais roupas em seu guarda-roupa do que você já viu em sua vida. Meu pai é um homem de grande riqueza e posição”. Você acha que esses homens acreditariam nele? “Aquele pobre coitado, filho de um homem rico!” Nenhum deles acreditaria nele. “Se ele tivesse um pai tão rico, ele iria até ele”. Assim com os apóstatas; o mundo não acredita que eles são filhos de um Rei. Eles dizem: “Por que eles não vão até Ele, se há pão suficiente e de sobra? Por que eles não vão para casa?”

Então, outra coisa que o filho pródigo perdeu foi sua casa. Ele não tinha casa naquele país estrangeiro. Enquanto seu dinheiro durou, ele era bastante popular na taverna e entre seus conhecidos; ele tinha amigos professos, mas assim que seu dinheiro acabou, onde estavam seus amigos? Essa é a condição de todo pobre apóstata em Londres.

Mas agora posso imaginar alguém dizendo: “Não adiantaria nada eu tentar voltar. Em poucos dias eu deveria estar onde estava novamente. Eu gostaria muito de ir para a casa do meu Pai novamente, mas temo que não ficaria lá.” Bem, imagine esta cena. O pobre filho pródigo chegou em casa, e o pai matou o bezerro gordo; e lá estão eles, sentados à mesa comendo. Posso imaginar que esse foi o pedaço mais doce que ele já recebeu — talvez o jantar mais gostoso que ele já teve em sua vida. Seu pai está sentado em frente; ele está cheio de alegria, e seu coração está saltando dentro dele. De repente, ele vê seu filho chorando. “Meu filho, por que você está chorando? Você não está feliz por ter chegado em casa?” “Oh, sim, pai; nunca fiquei tão feliz como hoje: mas tenho tanto medo de voltar para aquele país estrangeiro!” Ora, você não pode imaginar tal coisa! Quando você tiver uma refeição na casa de seu Pai, você nunca mais estará inclinado a se afastar.

Agora deixe-me falar para a Terceira classe. “Se o justo dificilmente se salva, onde aparecerá o ímpio e o pecador?” Pecador, o que será de você? Como você escapará? “Onde estás?” É verdade que você está vivendo sem Deus e sem esperança no mundo? Você já parou para pensar o que seria da sua alma se você fosse levado por um súbito ataque de doença — onde você ficaria na eternidade? Eu li que o pecador está sem Deus, sem esperança e sem desculpa. Se você não for salvo, que desculpa você terá para dar? Você não pode dizer que é culpa de Deus. Ele está muito ansioso para salvá-lo. Eu quero lhe dizer esta noite que você pode ser salvo se quiser. Se você realmente quer passar da morte para a vida, se você quer se tornar um herdeiro da vida eterna, se você quer se tornar um filho de Deus, decida esta noite que você buscará o reino de Deus. Eu lhe digo, com a autoridade desta Palavra, que se você buscar o reino de Deus, você o encontrará. Nenhum homem jamais buscou a Cristo com o coração para encontrá-Lo sem tê-Lo encontrado. Nunca conheci um homem que decidiu resolver a questão, mas ela foi resolvida logo. Este último ano houve um sentimento solene tomando conta de mim. Estou no que eles chamam de meio da vida, no auge da vida. Vejo a vida como um homem que chegou ao topo de uma colina e está apenas começando a descer do outro lado. Cheguei ao topo da colina, se eu vivesse o período completo da vida — sessenta anos e dez — e estou apenas do outro lado. Estou falando com muitos agora que também estão no topo da colina, e peço a vocês, se não são cristãos, que parem alguns minutos e se perguntem onde estão. Vamos olhar para trás, para a colina que subimos. O que você vê? Ali está o berço. Não está longe. Quão curta é a vida! Tudo parece ontem. Olhe para cima da colina, e ali está uma lápide; ela marca o local de descanso de uma mãe amada. Quando aquela mãe morreu, você não prometeu a Deus que O serviria? Você não disse que o Deus de sua mãe se tornaria seu Deus? E você não pegou a mão dela na quietude da hora da morte e disse: “Sim, mãe, eu te encontrarei no céu!” E você cumpriu essa promessa? Você está tentando cumpri-la? Dez anos se passaram: quinze anos — mas você está mais perto de Deus? A promessa operou alguma melhora em você? Não, seu coração está ficando mais duro: a noite está ficando mais escura; aos poucos a morte estará lançando suas sombras ao seu redor. Meu amigo, onde você está? Olhe novamente. Um pouco mais acima na colina há outra lápide. Ela marca o local de descanso de uma criança pequena. Pode ter sido uma garotinha adorável — talvez seu nome fosse Mary; ou pode ter sido um menino — Charley; e quando aquela criança foi tirada de você, você não prometeu a Deus, e não prometeu à criança, que a encontraria no céu? A promessa foi cumprida? Pense! Você ainda está lutando contra Deus? Você ainda está endurecendo seu coração? Sermões que teriam tocado você cinco anos atrás — eles tocam você agora?

Mais uma vez, olhe para baixo da colina. Lá há um túmulo; você não pode dizer quantos dias, semanas ou anos faltam, você está se apressando em direção a esse túmulo. Mesmo que você viva a vida atribuída ao homem, muitos de vocês estão perto do fim, estão ficando muito fracos e seus cabelos estão ficando grisalhos. Pode ser que o caixão já esteja feito para que este corpo seja colocado; pode ser que a mortalha já esteja esperando. Meu amigo, não é o cúmulo da loucura adiar a salvação por tanto tempo? Sem dúvida, estou falando com alguns que estarão na eternidade daqui a uma semana. Em uma grande audiência como esta, durante a próxima semana a morte certamente virá e arrebatará alguns; pode ser o orador ou pode ser alguém que esteja ouvindo. Por que adiar a pergunta para outro dia? Por que dizer ao Senhor Jesus novamente esta noite: “Vai embora por enquanto; quando eu tiver uma estação conveniente, eu te chamarei?” Por que não deixá-lo entrar esta noite? Por que não abrir seu coração e dizer: “Rei da Glória, entre?”

Haverá uma oportunidade melhor? Você não prometeu há dez, quinze, vinte, trinta anos que serviria a Deus? Alguns de vocês disseram que fariam isso quando se casassem e se estabelecessem; alguns de vocês disseram que O serviriam quando fossem seus próprios mestres. Vocês cuidaram disso?

Vocês sabem que há três passos para o mundo perdido; deixe-me dar-lhes os nomes deles. O primeiro é Negligência. Tudo o que um homem tem que fazer é negligenciar a salvação, e isso o levará ao mundo perdido. Algumas pessoas dizem: “O que eu fiz!” Ora, se você simplesmente negligenciar a salvação, estará perdido. Estou em um rio rápido e deitado no fundo do meu pequeno barco. Lá embaixo, dez milhas abaixo, está a grande catarata. Todos que passam por ela perecem. Não preciso remar o barco para baixo; só preciso puxar os remos, cruzar os braços e negligenciar. Então, tudo o que um homem tem que fazer é cruzar os braços na corrente da vida, e ele seguirá em frente e se perderá.

O segundo passo é Recusa. Se eu o encontrasse na porta e pressionasse você com essa pergunta, você diria: “Não esta noite, Sr. Moody, não esta noite;” e se eu repetisse: “Quero que você se esforce para entrar no reino de Deus”, você recusaria educadamente: “Não vou me tornar um cristão esta noite, obrigado; sei que deveria, mas não vou esta noite.”

Então o último passo é desprezá-lo. Alguns de vocês já chegaram ao degrau mais baixo da escada. Você despreza Cristo. Você odeia Cristo, odeia o cristianismo; odeia as melhores pessoas da terra e os melhores amigos que tem; e se eu lhe oferecesse a Bíblia, você a rasgaria e colocaria o pé nela. Oh, desprezadores! Vocês logo estarão em outro mundo. Apressem-se, arrependam-se e voltem-se para Deus. Agora, em que degrau você está, meu amigo; negligenciando, recusando ou desprezando? Tenha em mente que muitos são tirados do primeiro degrau; eles morrem em negligência. E muitos são tirados recusando. E muitos estão no último degrau, desprezando a salvação.

Há alguns anos eles negligenciaram, depois tiveram que recusar; e agora desprezam o cristianismo e Cristo. Eles odeiam o som do sino da igreja; odeiam a Bíblia e o cristão; amaldiçoam o próprio chão em que pisamos. Mas mais um passo e eles se foram. Ó desprezadores, coloco diante de vocês a vida e a morte; qual vocês escolherão? Quando Pilatos tinha Cristo em suas mãos, ele disse: “O que devo fazer com ele?” e a multidão gritou: “Fora com ele! Crucifica-o!” Jovens, é essa a sua linguagem esta noite? Vocês dizem: “Fora com este evangelho! Fora com o cristianismo! Fora com suas orações, seus sermões, seus sons do evangelho! Eu não quero Cristo?” Ou vocês serão sábios e dirão: “Senhor Jesus, eu quero a Ti, eu preciso de Ti, eu Te terei?” Oh, que Deus os leve a essa decisão!

* Tradução do original, “Where Art Thou?”, de D. L. Moody.

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Qual o sentido de “frio”, “quente”, e “morno” no texto de Apocalipse referente a igreja de Laodiceia? https://teoloteca.com.br/qual-o-sentido-de-frio-quente-e-morno/ Fri, 16 Aug 2024 23:10:00 +0000 https://teoloteca.com.br/?p=613 Um dos textos populares do livro de Apocalipse, que é bastante conhecido, mas muitas vezes mal compreendido é a passagem onde a sétima igreja é descrita

“Conheço as obras que você realiza, que você não é nem frio nem quente. Quem dera você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, e não é nem quente nem frio, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca.” (Apocalipse 3:15-16)

Mas afinal, qual o sentido mais provável para o uso de “quente”, “frio”, e “morno” nessa passagem? Para essa tarefa, a arqueologia tem disponibilizado algumas informações relevantes que faziam parte do cotidiano desta cidade localizada na Ásia Menor.

A arqueologia explicou sobre o fornecimento de água na cidade de Laodiceia. Sabe-se que a cidade não possuia suas próprias reservas de água. A cidade  dependia de águas que vinha por aquedutos, tanto das correntes frias próximas da cidade de Colossos como das fontes termais quentes próximas de outra cidade, chamada Hierápolis. A arqueologia mostra que em muitas oportunidades esse suprimento de água chegava até Laodiceia terrivelmente morna, ou seja, inútil para consumo.

João, fazendo o uso dessa imagem vívida no cotidiano da população local, convoca a Igreja ali a não se parecer com o seu suprimento de água, mas para ter uma propriedade refrescante (ser frio) ou um calor terapêutico (ser quente). A visão comum de que “frio” aqui significa ser “claramente oposto ao evangelho” ou “completamente insensível ao Espírito Santo”, e que “quente” deva ser interpretado como “desempenho espiritual elevado”, é com quase toda a certeza o exato oposto do que João quis dizer! Portanto ser “morno”, nessa passagem, teria mais o sentido de ser “totalmente inútil”. 

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